Catá(e)strofes

Uma série de poeminhas e sonetinhos [sim, aquilo é um soneto] que eu escrevi... Ningupem jamais vai ver esse link mesmo, é só pra guardar e ler de vez em quando pra rir da minha própria cara :D

"Ode ao Barbeiro" - sobre a classe dos trematódeos, hematófagos dípteros que podem transmitir doença de Chagas.

Os beijinhos no rosto
Depois defecar
Você sabe o meu gosto
Não posso negar

A coceirinha que não morre,
Que me faz querer gritar
Pelas minhas veias corre
Faz meu coração inchar

Mas só vou saber se realmente me amou
Se me disser que protozoose ele me passou.

"Ao iPod, uma Od" - sério, precisa? (e sim, eu TENHO vergonha desse negócio, mas não quero perder)

Sua roda giratória
Arrepia-me os cabelos
Seus botõezinhos tão singelos
Ah! Como é bom tê-los.

Sonhei por dias e noites
Com o toque suave do botão central
Faz-me esquecer os problemas...
iPod, você é o maioral! 

Sem título - quem vê pensa que ele era O amor da minha vida, né? (e sim, eu TENHO vergonha desse negócio, mas não quero perder - O retorno)

Digitando Pentatônicas
Até as duas da madrugada;
A vida e suas viradas irônicas
Uma agonia exacerbada.

Sabes que sou sua
Mas teima em me ignorar;
Deixa-me ao léu, na rua,
Mas pensando em me conquistar.

És tudo que imaginei
Mas amas
Como todos que abominei.

Amo-te como se deve amar
Mas afasto-te
Como se fosse me despedaçar.

"Poeminha Intercondilar" - sobre o fêmur.

Era uma vez um Côndilo
Um côndilo lateral
No fêmur ele morava
Achava bem legal.

Um belo dia, olhou pro lado
E mal pôde acreditar
Logo ali, mais medial
Estava outro côndilo de arrasar.

Seu nome, queria saber
Mas não tinha como perguntar
Bem ali entre os dois
Havia a fossa intercondilar

Teve então uma idéia brilhante
Uma linha ia passar
Fazer um telefone de lata
E então seu amor conquistar.

Passou então essa linha,
Essa linha intercondilar
Pela fossa de mesmo nome
E passaram a se falar

No fêmur ambos moravam
Moravam sem reclamar
Todo dia passavam
Embaixo da crista supracondilar.

Crista essa, olhem que coisa
Uma crista que surge na véspera
Ela era a continuação
Do lábio da linha áspera.

Abaixo dessa crista também
Acima dos côndilos, pontudinhos
Moravam os epicôndilos
Gêmeos, tão bonitinhos.

Os lábios, frondosos, sobem,
Sobem até o trocânter maior
A do côndilo deu uma ideia
Falar com o trocânter menor

Tentou estender uma linha
Uma linha intertrocantérica
Passou por todo o ventre do fêmur
uma façanha assaz homérica

A linha no entanto falhou
Mas o trocânter não se deixou vencer;
Atacou pelo dorso, pois:
Uma crista fez nascer

Logo acima de frondosa crista
O colo do fêmur aparecia
Bem na extremidade medial
A cabeça jazia

Em tal cabeça, que maravilha
Uma fóvea se mostrava
Uma fóvea tão bela
Quem a via, babava

A fóvea, por sua vez
Morria de amores pelo tubérculo
Mas ele era muito quadrado,
E só dava bola pro opérculo.

Um comentário:

  1. Haaaaaaaaaaaa, eu li tudo! *_*
    Meu, você não tem noção de como eu amo seus poemas! xD
    Tem um quê de Augusto dos Anjos, só que bem humorado, saca?
    Adógo!!!!
    =***

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